quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sobre a picaretagem acadêmica dos pseudo-intelectuais


Desde que abri este blog, em agosto de 2008, ele só me trouxe coisas positivas. Por meio deste espaço pude compartilhar ideias, pensamentos, meu modo de ver a sociedade e alguns textos resultantes do meu esforço acadêmico em busca de maturidade intelectual. O feedback que recebo de alguns leitores serve de estímulo para continuar. Embora  não tenha a disponibilidade de tempo que gostaria para atualizá-lo com mais freqüência,  estabeleci um compromisso comigo mesma de mantê-lo porque acredito que o conhecimento deve ser sempre socializado.
            Entretanto, no dia 24/08/2011, pela primeira vez  tive vontade de romper com meu propósito. Uma pessoa, que não quis se identificar, postou um comentário sobre o meu texto “Sociedade contemporânea: medo, individualização e a possibilidade de uma práxis comunicativa” me acusando de ter copiado o artigo sem dar os devidos créditos.  Não podem imaginar a raiva e a frustração que senti na hora. Apesar de todas as dificuldades e desafios  que uma vida acadêmica exige, sempre fiz questão de manter minha integridade, mas, infelizmente, por experiência própria descobri que nem todos conseguem.
            Logo após ler o comentário,  ciente que alguém havia se apropriado indevidamente do meu texto, iniciei uma pesquisa na web. Qual não foi minha surpresa ao descobrir um artigo que trazia partes exatamente iguais à minha publicação.  De imediato escrevi para os “autores” demonstrando minha indignação. Como se não bastasse também utilizaram parte do mesmo texto em outro artigo para o Congresso da  ALAS (Associação Latino-Americana de Sociologia) que ocorrerá na cidade de Recife este ano.  Com receio de que este não fosse um caso isolado, resolvi investigar se outros posts  meus  foram utilizados indevidamente. Fiquei surpresa a ver que além do texto citado, outros três foram publicados em blogs como se fossem de autoria daqueles que os copiaram. É muito fácil comprovar a verdadeira autoria, já que todos foram postados aqui com datas bem anteriores.
            Considero que o primeiro caso é o mais grave por dois motivos: primeiro porque os plagiadores são acadêmicos, o que lhes confere certa legitimidade,  e segundo porque publicaram em revista acadêmica.  Segue abaixo os links  das páginas onde postaram meus textos:  http://www.abraec.org/coniec/pdf/9.pdf  O  terceiro parágrafo da página 4, o segundo e o terceiro da página 5 e toda a discussão sobre Habermas a partir do terceiro parágrafo da página 9 são reproduções exatas do meu trabalho. Até mesmo as vírgulas que coloquei equivocadamente não foram corrigidas.  Essa parte sobre Habermas também foi reproduzida neste artigo http://www.sistemasmart.com.br/alas/arquivos/9_8_2011_13_12_12.pdf a partir da página 9.
Além desse texto, os outros três que foram apropriados de forma indevida são: “Sobre o poder simbólico em Pierre Bourdieu ”, o link do blog que o publicou é este  http://marceloevelin.wordpress.com/2010/08/20/sobre-poder-simbolico/#comment-114,  “Uma aprendizagem em Clarice Lispector”,  a pessoa que  o plagiou que atende pelo pseudônimo de Senhorita Baunilha, teve o trabalho apenas de mudar o título, segue o link: http://srta-baunilha.blogspot.com/2010/02/meu-fascinio-por-clarice-lispector_23.html?showComment=1314243315596#c7117759005895443560, e, por fim, o texto “Sobre a teoria da estruturação de Anthony Giddens” que foi publicado neste site: http://pt.scribd.com/doc/52211954/Sociologia
Quero deixar claro que não me importo que usem meus textos, afinal, a partir do momento que eu os torno disponíveis na net é para que todos tenham acesso a eles. Só que por uma questão de honestidade intelectual é preciso que os devidos créditos sejam dados. Apesar da angústia que ainda estou sentindo, pretendo continuar com o blog. Apenas desistirei dele quando os leitores desistirem de mim. Jamais passou pela minha cabeça que um dia usaria este espaço para escrever algo assim, mas acredito que não podemos ficar passivos diante de situações como essa. No mais, agradeço a todos que vêm aqui com objetivos distintos dessas pessoas que denunciei.