segunda-feira, 9 de março de 2009

A vida realmente ensina, mas só os atentos aprendem



Semana passada fui ao cinema assistir “Quem quer ser um Milionário?” (Slumdog Millionaire). Motivada, especialmente, pelo fato de ser um filme que tem o enredo como seu maior trunfo. Ora, um longa-metragem feito fora do circuito hollywoodiano, com um baixo orçamento, se comparado aos padrões dos filmes estadunidenses, e que foi reconhecido pela Academia com oito estatuetas, incluindo a de melhor filme, merece ser visto.
Eu sei que para muitas pessoas, me incluo entre elas, a opinião daqueles que concedem o Oscar não é significativa. Mas, devemos admitir que, desta vez, a escolha foi surpreendentemente maravilhosa. Sem lançar mão da parafernália tecnológica usada em grandes produções, o diretor, Danny Boyle, conta-nos, de forma magistral, a história de Jamal, um adolescente indiano proveniente da favela que consegue ganhar o prêmio máximo, 20 milhões de rúpias, em um programa de perguntas e respostas da televisão.
O ponto de partida da trama é o questionamento: Como pode um favelado conseguir chegar aonde nem pessoas com alto nível de formação acadêmica conseguiram?
A vida do garoto é marcada por tragédias pessoais, como ver a mãe assassinada por policiais hindus - sua família era mulçumana. Órfãos, ele e o irmão têm de lidar com diversas situações difíceis. Mas o grande mote do enredo é o amor que Jamal nutre, persistentemente, por Latika, uma jovem, também órfã, que conhecera ainda criança. Esse sentimento é o fator determinante de toda a existência do rapaz. Assim, ele não está no programa pelo prêmio, mas por Latika.
Mas, voltando a questão que é o eixo da trama, como ele conseguiu responder todas as perguntas corretamente? Jamal não é nenhum gênio, mas tem a capacidade ímpar de aprender, simplesmente, prestando atenção em sua própria vida. Todas as respostas foram buscadas em sua vivência. O mérito do adolescente está no fato de que, diferentemente da maioria, ele estava sempre atento ao que lhe acontecia e, mais, aprendeu a ler, não os livros, mas as pessoas. Como diriam os críticos afetados, “Vale a pena conferir.”

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